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Para presidente da CTB, recuo do desemprego é falácia e esconde aumento de trabalho precário

Para presidente da CTB, recuo do desemprego é falácia e esconde aumento de trabalho precário

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,8% no trimestre móvel de maio a julho deste ano. Influenciado pelo aumento da informalidade no mercado de trabalho, o índice teve queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o mesmo trimestre móvel em 2016, a taxa de desemprego cresceu 1,2 ponto percentual.

Para Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), essa variação esconde um quadro perverso de trabalho sem carteira assinada e com menor renda.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), de 1,4 milhão de vagas criadas, 819 mil se encaixa na precariedade.

É querer justificar o injustificado. Não temos perspectiva de retomada do crescimento no patamar que possibilitasse a retomada de geração de empregos”, declarou Adilson. Ele considera o recuo “ínfimo diante do universo de desempregados” e diz ainda que a geração mesmo de empregos precários é pontual. “Os empregos são sazonais e o efeito no consumo é momentâneo”.

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Adilson também alertou para o custo social e econômico trazido por modalidades precárias de trabalho, como o contrato intermitente e terceirização irrestrita, agora formalizados na reforma trabalhista. “Esse cenário confirma que a legislação trabalhista atendeu ao empresariado interessado na contratação flexível e que tem o interesse de contratar com jornada maior e salário menor”.

“Geração de empregos falaciosa” definiu Adilson. Ele explicou que entre as modalidades precárias está o trabalho intermitente onde “o trabalhador não terá como prever o dia de amanhã”. Nesta modalidade, o trabalhador aguarda o chamado do empregador sem saber o quanto vai trabalhar e o quanto vai receber. “Nessa modalidade tem aspectos que ferem a constituição porque o trabalhador pode nem receber o salário mínimo”.

Ele avalia que uma parte do empresariado aproveita a crise para aumentar a cesta de lucros às custas da precariedade do trabalhador. Entre as despesas cortadas estarão saúde e segurança no trabalho que, segundo Adilson, são vistas como despesas e não como investimento.

“O empresariado sabe que quem paga a conta quando o trabalhador fica doente é o estado, a seguridade social. É possível combinar uma elevação da produtividade investindo mais em saúde, segurança e educação porque resultaria em melhor qualificação do trabalho e no resultado que seria alcançado pela empresa diante da motivação dos trabalhadores, da boa prestação dos serviços, meio ambiente saudável no local de trabalho. Mas não é essa a realidade”, concluiu o sindicalista.

O presidente da CTB lembrou que o Brasil aparece entre os países com a maior incidência de doença ocupacional, doença do trabalho e óbitos decorrentes de acidentes no trabalho. “Isso é reflexo em grande parte da incompreensão de grande parte do empresariado”.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o Brasil registra mais de 700 mil acidentes de trabalho por ano. É quarto colocado no mundo neste aspecto atrás apenas de China, Índia e Indonésia. Os trabalhadores terceirizados são as principais vítimas dos acidentes de trabalho.

“É equivocado achar que jogando o ônus sobre os trabalhadores, através do rebaixamento do salário, da precarização das condições de trabalho, que as empresas vão conseguir resolver problemas. O Estado vai sofrer as consequências. Desemprego em alta escala, exclusão, marginalização, vai ser um caos, convulsão social. Eu não tenho dúvidas que os trabalhadores vão se rebelar como se rebelaram em vários momentos”, finalizou Adilson.

Fonte: Portal Vermelho

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