São os trabalhadores e trabalhadoras que escrevem sua história. Nenhum direito foi conquistado sem que houvesse muita luta e resistência. Resgatamos a história da origem do 1º de Maio porque conhecer o passado nos ajuda a encontrar caminhos e perspectivas para a construção de um futuro mais justo e soberano, com emprego, direitos e vida.
A origem do 1° de Maio
O 1° de Maio, dia da Classe Trabalhadora, nasceu no ano de 1889, a partir de uma iniciativa da 2ª Internacional Socialista, com o propósito de unir os trabalhadores em torno de uma luta comum, contra a exploração capitalista e em defesa de uma nova sociedade fundada na solidariedade, na liberdade e na igualdade entre os seres humanos.
A data foi escolhida em homenagem à greve dos Operários de Chicago, nos EUA, em 1° de Maio de 1886. A paralisação se alastrou pelo país e envolveu mais de 340 mil operários. O governo então ordenou à polícia que promovesse um massacre. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram presos, feridos e assassinados.
A principal reivindicação dos grevistas de Chicago era a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Alguns chegavam a trabalhar até 17 horas por dia. As fábricas também eram ocupadas por mulheres grávidas e crianças, que trabalhavam como gente grande.
Os mártires de Chicago não conquistaram seus objetivos após essa greve, mas a luta abriu caminhos para que trabalhadores do mundo passassem a também reivindicar seus direitos.
No século 20, então, a classe trabalhadora conseguiu conquistar a jornada de trabalho de 8 horas, licença maternidade, o fim do trabalho infantil, entre outros direitos que desfrutamos até hoje.
Em 1919 nasceu a OIT – Organização Internacional do Trabalho, que desde sua fundação prevê 8 horas diárias de trabalho e 48 horas semanais.
No Brasil, a conquista da jornada de 8 horas diárias aconteceu em 1932. Mas só com a Constituição de 1988 é que foi limitada a jornada semanal de 44 horas.
A luta dos trabalhadores e trabalhadoras se alastrou por todo o mundo com a bandeira em defesa de 8 horas diárias de trabalho e em comemoração aos direitos conquistados. O único país onde a data não é comemorada é nos Estados Unidos, justamente onde os Mártires de Chicago começaram a escrever essa história.
No Brasil, a data foi comemorada pela primeira vez em 1895, em Santos, São Paulo. Mas só em 1925 o 1° de Maio foi declarado feriado, pelo presidente Arthur Bernardes.
Desta forma, a data virou um marco da luta dos trabalhadores, e uma ferramenta para a defesa da ampliação e garantia de mais direitos. A partir dos anos 1960, descanso remunerado, décimo terceiro, salário maternidade e previdência se tornaram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
Mas a roda da história não faz só avançar, e a classe trabalhadora também recebeu duros golpes. A eleição de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil representou um imenso retrocesso contra os direitos conquistados.
A Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência implementadas após o golpe de 2016 fizeram retroagir esses direitos; e Bolsonaro, na sequência, atacou a CLT, fragilizou a Carteira de Trabalho, e fez as relações de trabalho ficaram mais inseguras e até insalubres para os trabalhadores e as trabalhadoras.
A desvalorização do salário mínimo, a alta inflação e o disparo dos preços de alimentos básicos, do gás de cozinha e do combustível também atacam a qualidade de vida dos que trabalham diariamente para levar o pão à mesa. Por isso, neste ano de 2022, ir às ruas celebrar o 1° de Maio é resgatar a história e defender um futuro mais justo, com emprego, direitos, soberania e vida.
Em todo o Brasil, acontecerão atos, shows e atividades políticas.
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