O Brasil vive um momento de instabilidade institucional, de retrocesso político, de avanço do conservadorismo e da criminalização da política. Essa foi à avaliação que os dirigentes da CTB-SE fizeram do Brasil em 2016, ano em que um golpe de Estado legitimou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff – eleita com o voto de 54 milhões de brasileiros -; em que um governo ilegítimo assumiu o comando e rasgou a Constituição, respaldado por um Congresso conservador; e em que os trabalhadores enfrentaram duras batalhas para assegurar direitos adquiridos.
A análise foi realizada no Centro de Treinamento Sindical Rural da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Sergipe (Centresir), durante uma última reunião ampliada da CTB/SE com os dirigentes da entidade e lideranças sindicais deste ano. Para a direção da Central no Estado, o mundo vive um retrocesso político e uma crise econômica sem precedentes, e o ataque aos direitos e ao bem-estar da sociedade ocorre em países da Europa, nos Estados Unidos e na América Latina, a exemplo da Argentina e do Brasil, onde há um avanço da direita. Para Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB Nacional e presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE), essa crise foi uma ação internacional. “Uma ação orquestrada contra os países que tinham uma democracia consolidada. E chegou ao Brasil. Temos um Congresso formado por uma maioria branca, masculina e de evangélicos fundamentalistas, que está a serviço de uma ideologia conservadora. Um Congresso que reforma a Constituição às avessas, sem ouvir o povo, a seu bel-prazer. Nossa democracia está condenada”, salientou Ivânia.
A grande mídia teve uma participação decisiva em todo esse processo passando uma mensagem para população de que o País deve ser governado pelo Judiciário. “Esses meios de comunicação criminalizam a política e defendem a ingerência do Poder Judiciário em atribuições que são do Congresso. Temos que colocar a política no comando. Não há alternativa. Fora da política, só resta a barbárie”, enfatizou Edival Góes.
Por Niúra Belfort, da CTB de Sergipe
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