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GREVE EM JAGUARIÚNA

Trabalhadores da Freeart-Seral estão há dois meses sem nenhum pagamento, entre outros problemas

Trabalhadores da Freeart-Seral estão há dois meses sem nenhum pagamento, entre outros problemas

cestas

Sindicato entregou cestas básicas como parte do apoio que está dando aos funcionários

Diretoria do SindMetal solicita aos trabalhadores associados que doem 1 kg de alimento não perecível no dia da Festa dos Trabalhadores para que todos possam ajudar os funcionários da Freeart que estão em situação calamitosa.

Cerca de 50 trabalhadores continuam em greve, como protesto contra a falta de pagamentos e outras irregularidades cometidas pela Freeart-Seral, em Jaguariúna. A mobilização teve início no dia 16 de abril e se mantém até o momento.

Os trabalhadores já vinham se queixando nos últimos meses contra diversos problemas da empresa, mas a situação se tornou crítica após os patrões não cumprirem com as obrigações referentes aos pagamentos de vales e salários.

“Nos meses de março e abril a empresa simplesmente ignorou os pagamentos, deixando os trabalhadores sem a menor condição de honrar seus compromissos. Muitos estão com aluguel atrasado e há relatos de que alguns estão sequer sem comida em casa”, afirma o presidente José Francisco Salvino – Buiú.

Ele explica que anteriormente o SindMetal entrou com um processo jurídico para que a empresa recolhesse devidamente os valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e que já há audiência marcada para o próximo mês. “Mas fomos pegos de surpresa quando os trabalhadores começaram a relatar em março que não só o FGTS, mas tambémo pagamento integral de seus vencimentos não estavam sendo depositados”.

Após o Sindicato insistir em uma reunião para estudar as possibilidades de como proceder em relação aos diversos prejuízos aos trabalhadores, a empresa se manifestou no dia 18. “Eles informaram que estão vendendo um de seus maquinários e que este dinheiro obtido seria suficiente para quitar a dívida com os funcionários. “Também informaram que irão vender uma linha de produção para cumprir com as obrigações. Mas nós, dirigentes sindicais, estamos realmente preocupados com essa incerteza dos pagamentos, pois ao nosso ver está caminhando para resultados ainda piores”.

CESTAS BÁSICAS

Além de todo apoio na mobilização diária com os trabalhadores e os processos jurídicos que o SindMetal tem entrado no Ministério Público do Trabalho, os diretores resolveram ampliar o auxílio comprando cestas básicas para minimizar os problemas até que sejam definitivamente sanados pela empresa. “Decidimos entre a diretoria distribuir as cestas, pois a situação se tornou realmente complicada para os trabalhadores. Não podemos assistir a esta atrocidade sem tentar de todas as formas ajudar estas pessoas e suas famílias. Muitos tem crianças em casa que estão passando necessidades pela falta de compromisso da empresa”, explica Buiú.

“Também estamos solicitando aos trabalhadores que irão participar da Festa dos Trabalhadores que doem 1 kg de alimento não perecível no dia do evento para que possamos ampliar nosso apoio aos funcionários da Freeart-Seral”.

A EMPRESA

A Freeart-Seral é uma metalúrgica especializada na fabricação de equipamentos para a exposição e funcionamento de supermercados. Atende às grandes redes do comércio varejista. Em seu site, ela apresenta com orgulho o seu portfólio de produtos, as linhas de produção, o estoque de matéria prima e os produtos para o pronto atendimento aos clientes. Com destaque, fala da qualidade de seus profissionais, dos técnicos e do desenvolvimento e qualidade de seus produtos.

“Lamentavelmente, apesar de atribuir a si mesma todas estas qualidades, deixa a desejar quanto ao atendimento das necessidades básica dos trabalhadores na relação capital – trabalho”, se queixa Buiú.

SUCESSIVAS QUEIXAS

Não é de hoje que a empresa vem causando transtornos aos trabalhadores. O SindMetal, representante legal destes trabalhadores, já vem denunciando as irregularidades que cercam a gestão de pessoal há um bom tempo. “Demissões cujas homologações são feitas tendo o parcelamento dos pagamentos, e que nem sempre tem os prazos respeitados, assim como a falta de depósito obrigatório do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, entre outros, são de prática corriqueira”, explica Buiú.

Havia em 2017 cerca de 300 trabalhadores na planta da empresa em Jaguariúna, no entanto, alegando problemas de demanda, este número foi reduzido para pouco mais 50 trabalhadores.

MANIFESTO DE PARALISAÇÃO

Antes de iniciar a greve, o sindicato encaminhou pauta para a direção da empresa cobrando o acerto dos salários atrasados e fixando outras condições para a continuidade dos trabalhos. Comunicou ainda, que se no prazo legal, não houvesse o imediato pagamento de salários atrasados, os trabalhadores iriam paralisar suas atividades entrando em greve até que se solucionasse o problema, fato que permanece no impasse até o momento.

Conforme a deliberação da assembleia dos trabalhadores, iniciou-se a GREVE no dia 16 de abril, com início no turno das 7h. “A revolta entre eles é visível, pois alegam que dão o máximo de si para o desenvolvimento do seu trabalho, mas a empresa os trata com o maior desrespeito, sequer manifestando qualquer intenção de dar cabo da situação negativa existente”, afirma Buiú.

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