Acaba de chegar no Brasil uma adaptação da obra O Capital, de Karl Marx, para crianças. O livro entra no combo de celebração do bicentenário do filósofo alemão, em 2018. Ao apresentar a luta de classes para os pequenos, a obra prova que consciência histórica quanto mais cedo começar, melhor.
O livro dos catalães Joan Riera e Liliana Fortuni, publicado no Brasil com o selo infantil da Boitempo, o Boitatá. Com linguagem bastante didática a obra apresenta às crianças conceitos básicos sobre a luta de classes e, o debate sobre as jornadas de trabalho, as remunerações dos trabalhadores e os lucros dos empresários.
O livro traz a história de Frederico, que se espanta quando encontra no mercado um par de meias custando duas libras. Funcionário da fábrica que produz o produto, fica intrigado e quer saber o que leva aquela peça de roupa a custar tanto, já que ele ganha apenas 25 centavos para cada par que produz. Um amigo lhe explica que o valor final leva em conta, além do seu trabalho, o custo do carvão, da lã, das máquinas…, No entanto, Frederico continua estranhando a discrepância entre o que recebe e o que é pedido pelas meias. Pede, então, para que Rosa, uma colega bem instruída, faça as contas e lhe explique o que se passa.
Rosa passa um domingo inteiro, seu único dia de folga, fazendo e refazendo cálculos. Ao cabo, descobre que, do preço final, 1,35 libra corresponde ao “mais-valor” (ou mais-valia), o lucro do patrão. “Bom… Sabe o que eu acho? Que esse tal de ‘mais-valor’ deveria se chamar ‘trabalho não pago ao trabalhador’. É muito injusto! ”, retruca Frederico. A solução para mudar aquela realidade? Greve geral para que os empregados da fábrica negociem uma jornada de trabalho menor e salários mais altos.
A partir desta história, o Vovô Carlitos conta às crianças sobre as mudanças no mercado de trabalho e apresenta, de forma lúdica, os conceitos da obra do autor de O Capital e O Manifesto Comunista. “Antigamente, a pessoa que contratava chamava-se capataz, patrão ou amo. Hoje, costuma-se chamar empresário, chefe ou gerente. Já quem era contratado, antes era chamado de operário ou proletário. Hoje, costumamos chamar de trabalhador, funcionário ou empregado”, explica, por exemplo, o vovô narrador.
Do Portal Vermelho
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